Saiba quem foi James Webb, que dá nome ao telescópio mais famoso do momento

Escrito por em 26/07/2022

O mais poderoso telescópio da atualidade, o James Webb, já enviou as primeiras fotos e elas encantaram a humanidade. Mas, você sabe quem foi esse homem?

James Edwin Webb foi o segundo dirigente da NASA, a convite do então presidente John Kennedy, que havia prometido que o homem pousaria na Lua até o final da década de 1960.

Webb nasceu na Carolina do Norte, Estados Unidos, em 1906. Ele não era cientista ou engenheiro. Webb se formou em educação em 1928 e em direito em 1936.

James Webb se casou com Patsy Aiken Douglas, com quem teve dois filhos. (NASA)

Ele teve uma vida mais voltada ao serviço público, apesar de também ter seguido carreira militar. Webb foi segundo tenente no corpo de fuzileiros navais, onde serviu como piloto entre os anos de 1930 e 1932. Inclusive, participou da Segunda Guerra Mundial.

Após retornar da guerra, Webb foi nomeado Diretor de Orçamento do gabinete do presidente, cargo que ocupou até 1949, quando assumiu como Subsecretário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, até o final do mandato do presidente Harry S. Truman.

Chegada à NASA

Após passar algum tempo na Kerr-McGee Oil Corp, James Webb foi convidado a ser administrador da NASA. A princípio, ele pensou em não aceitar o cargo porque não tinha contato com ciências, tendo sua carreira mais voltada à burocracia.

Mas, acabou aceitando o desafio e liderou a NASA entre os anos de 1961 e 1968. Durante seu mandato, graças aos seus contatos e disposição política, grandes avanços foram conquistados.

De acordo com a biografia de Webb, ele “acreditava que a NASA tinha de encontrar um equilíbrio entre o voo espacial humano e a ciência, porque tal combinação serviria como um catalisador para fortalecer as universidades e a indústria aeroespacial do país”.

Até sua aposentadoria, a NASA já havia enviado mais de 75 missões espaciais para desbravar o universo. O homem pisou na Lua pela primeira vez em 1969, meses após Webb sair da direção da agência. Os esforços de Webb repercutem até hoje.

O campo de flores de Webb

Nem todas as contribuições da administração de James Webb, seja na NASA ou em Washington, são louváveis.

Um movimento que iniciou nos anos de 1950, perseguia pessoas LGBTQIA+. Qualquer funcionário que levantasse suspeitas sobre sua sexualidade corria o risco de ser demitido. De acordo com familiares de Webb, em entrevista à revista Nature, “James seria incapaz de discriminar alguém”. No entanto, aparentemente, não relutou contra essa política de exclusão, contribuindo para que continuasse.

Homenagem e polêmica

Em 2002, quando foi anunciado o telescópio que seria sucessor do Hubble, o nome dado ao novo equipamento causou alvoroço. Sean O’ Keefe, o então administrador da NASA, anunciou que o equipamento seria batizado de Telescópio Espacial James Webb (JWST).

A equipe diz ter considerado uma homenagem justa a uma das figuras mais importantes que já passaram pela administração da NASA já que, sob sua tutela, a agência alçou voos jamais imaginados.

O nome escolhido gerou surpresa por vários motivos. Entre eles, o telescópio não ter sido nomeado em homenagem a um cientista, como é de costume. Em segundo lugar, a surpresa está em o nome escolhido estar envolvido em um programa de segregação.

A nomeação causou furor no mundo científico, que pediu que fosse alterado. Apesar da polêmica, a NASA não cedeu, afirmando que não havia provas de que a perseguição a pessoas LGBTQIA+ era algo que realmente teria acontecido.

Apesar da negativa da NASA, a discussão sobre a substituição do nome permanece. Além disso, também surgiu a discussão sobre a nomeação de praças, parques, monumentos e afins com nomes de pessoas que possam estar envolvidas em casos de discriminação, seja de forma direta ou indireta, e a repercussão disso na sociedade.

Apesar das contribuições indiscutíveis de Webb, seu legado tem marcas profundas, não apenas nas ciências, mas também na vida de pessoas que tiveram seus empregos tomados.

Fonte: Tecmundo

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