Morte de Freddie Mercury completa 30 anos
Escrito por Redação Máxima FM 90,9 em 24/11/2021
No dia 24 de novembro de 1991, o mundo do rock ficava sem um dos seus maiores talentos. Com apenas 45 anos, Freddie Mercury, o vocalista, pianista e principal compositor da banda inglesa Queen, perdia a batalha contra o vírus da aids. Numa época em que a mais eficaz droga contra a doença ainda era a AZT (azidotimidina) e os coquetéis antirretrovirais não haviam sido descobertos, o preconceito contra os soropositivos era imenso.
Talvez, por isso, apesar dos boatos insistentes dos tabloides britânicos, como o The Sun, que já vinham noticiando durante todo aquele ano de 1991 que Freddie Mercury tinha aids, o astro pop só declarou oficialmente que era portador do vírus um dia antes de morrer.
De Zanzibar para o mundo
Freddie Mercury, nascido em Zanzibar, atual Tanzânia, em 05 de setembro de 1946, sob o nome de Farrokh Bulsara, realmente, não desistiu. No último ano de vida, mudou-se, com os outros três integrantes da banda, para a pacata cidade suíça de Montreux para ficar próximo ao estúdio de gravações. “Freddie dizia, eu posso ir hoje por algumas horas. E nós aproveitávamos para tirar o melhor dele. Ele dizia, escrevam qualquer coisa e eu canto”, relembra o guitarrista Brian May em entrevista ao documentário Champions of the World, editado quatro anos após a morte de Freddie.
O Queen dominou, por duas décadas, o cenário do pop rock. Desde que se uniram, em 1971, Freddie Mercury, Brian May (hoje com 74 anos), Roger Taylor (72) e John Deacon (70 anos e atualmente afastado da cena musical) surpreenderam os críticos com um rock progressivo, cheio de nuances e experiências, como o uso de harpa na versão original de Love of My Life, vocais sobrepostos em Somebody to Love ou, ainda, um trecho de ópera no meio de Bohemian Rhapsody.
Nos anos 80, percebendo a mudança no rumo da música, o Queen deixou de lado o rock´n roll e se aventurou no estilo disco (o álbum Hot Space era a cara das discotecas) e, principalmente, na música Pop (basta lembrar os sucessos I Want To Break Free e A Kind Of Magic). Para mostrar a versatilidade, a banda fez ainda trilhas sonoras para filmes, como Flash Gordon e Highlander.
Recorde de público no Brasil
No auge da forma, o Queen se exibiu no Brasil com dois shows no Morumbi, em março de 1981. Nessa época, Freddie já destoava da imagem dos demais vocalistas de bandas de rock: cabelos curtos, bigodão e sem camisa durante todo o show. Mas, foi no Rio de Janeiro, durante a primeira edição do Rock in Rio, que a banda alcançou seu recorde de público, com mais de 250 mil pessoas em cada uma das noites, 11 e 18 de janeiro de 1985.
As composições do Queen eram tão populares no Brasil que o próprio Freddie Mercury ficou surpreso ao ouvir toda plateia cantando a uma só voz, em um país que não fala inglês, os versos da música Love of My Life.
A morte do fantástico vocalista impediu a banda de continuar sua trajetória e de lançar hits que caíam no gosto popular a cada ano. O guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor tentaram, em vários momentos, ressuscitar a banda, fosse em álbuns póstumos, fosse utilizando outro vocalista, como Paul Rodgers ou Adam Lambert. A imagem que Freddie Mercury construiu no imaginário de toda uma geração sempre impede o total sucesso das empreitadas, já que as comparações são inevitáveis.
O último grande sucesso e que serviu para mostrar todo o esplendor do Queen para as novas gerações acabou sendo o filme biográfico Bohemian Rhapsody, lançado em novembro de 2018, em que o norte-americano Rami Malek deu vida à Mercury. Sua atuação foi tão perfeita que ele levou o Oscar de melhor ator.