Pandemia reafirma importância de um ato simples, lavar as mãos
Escrito por Redação Máxima FM 90,9 em 15/10/2021
Tida como uma das formas mais simples e econômicas de prevenir doenças e controlar infecções, a correta e frequente higienização das mãos pode salvar vidas. E foi para tentar sensibilizar a população global sobre a importância do ato que vários países e instituições decidiram institituir, sempre em 15 de outubro, o Dia Mundial da Lavagem das Mãos.
Criada por iniciativa de uma organização não-governamental que reúne representantes do setor público e privado de diversas nações, incluindo multinacionais do setor de higiene e beleza, a data é celebrada desde 2008 e, neste ano, tem como lema a frase: “Nosso futuro está em nossas mãos: avancemos juntos”.
A efeméride é reconhecida inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS), embora ela também tenha instituído uma data para estimular a adoção de boas práticas de higienização das mãos: 05 de maio.
Nesta quinta-feira (14), a diretora regional da OMS para o continente africano, Matshidiso Moeti, chamou a atenção para o fato de que muitas pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso a água e sabão. Segundo ela, em média, apenas uma em cada quatro famílias de países africanos tem acesso regular a esses produtos.
“Gostaria de aproveitar o fato de estarmos celebrando o Dia Mundial da Lavagem das Mãos para apelar para que todos os governos, parceiros e comunidades intensifiquem as estratégias que visam a aumentar o acesso à água potável e ao saneamento, uma vez que a lavagem das mãos com água e sabão faz parte das intervenções economicamente mais vantajosas para reduzir a transmissão de doenças”, diz Matshidiso Moeti, destacando que, para tentar conter a transmissão da Covid-19, a maioria dos países africanos implementou ações para que mais gente tivesse acesso aos meios necessários para higienizar as mãos. “O desafio agora é fazer com que essas e outras inovações sejam utilizadas em grande escala e é aqui que as parcerias público-privadas e os incentivos financeiros podem desempenhar um papel fundamental”, acrescenta a diretora regional de saneamento.
No Brasil, dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento apontam que 16,3% dos pouco mais de 210 milhões de habitantes pesquisados em 2018 não eram servidos por rede de água e 46% não tinham o esgoto coletado.
Assim como em outras partes do mundo, também no Brasil, a falta de acesso a serviços essenciais faz com que muitas pessoas não consigam realizar um gesto que deveria ser corriqueiro. Isso acabou despertando a atenção e a solidariedade de muitos, estimulando iniciativas públicas e privadas para disponibilizar álcool, água e produtos de higiene gratuitamente.
Para os especialistas, esses cuidados devem ser mantidos mesmo depois que a Covid estiver sob controle, tornando-se um hábito regular de higiene que pode reduzir o número de mortes por outras causas, como a diarreia, e reduzir os casos de infecção, inclusive respiratórias.
O Ministério da Saúde inclusive usou a data instituída pela OMS para, em maio deste ano, reforçar a necessidade dos profissionais de saúde do Brasil terem sempre cuidados com a higiene das mãos – o que, de acordo com a pasta, exige que os serviços de saúde disponibilizem aos trabalhadores e usuários insumos de boa qualidade, como álcool, sabonete líquido, papel toalha descartável e água.
Em sua página na internet, a Anvisa disponibiliza um manual que, embora destinado aos profissionais da saúde, contém informações claras sobre como qualquer pessoa deve higienizar adequadamente as mãos. De acordo com a Agência, embora simples, a eficácia da limpeza depende da duração e técnica empregada. E, para uma higienização mais eficaz, é recomendável que a pessoa retire anéis, pulseiras e relógios, já que micro-organismos podem se acumular sob esses objetos.