Relembre a história da Independência do Brasil
Escrito por Redação Máxima FM 90,9 em 06/09/2021
O Sete de Setembro é uma das datas comemorativas mais importantes do Brasil, justamente por abrigar um dos principais acontecimentos da nossa história: a independência. Foi nesse dia, em 1822, que Dom Pedro deu início a nossa trajetória como nação independente. Atualmente, Sete de Setembro é um feriado nacional marcado por comemorações públicas.
A independência começou cinco dias antes de 07 de setembro, no dia 02, quando as novas ordens vindas de Lisboa chegaram ao Rio de Janeiro. D. Pedro estava em São Paulo, com o objetivo de resolver disputas pelo controle da Junta Provincial paulista. A princesa D. Leopoldina e o ministério de José Bonifácio, tomando conhecimento das últimas notícias vindas de Portugal, resolveram enviar as ordens das Cortes, juntamente com cartas da princesa, dos ministros e de sir Chamberlain, representante inglês no Rio de Janeiro.
O correio alcançou D. Pedro no dia 07 de setembro de 1822, às margens do Riacho do Ipiranga. Ao receber os decretos e a correspondência, proclamou a Independência, retirando de seu chapéu as fitas com as cores vermelha e azul das Cortes portuguesas. Formalizava-se a separação de Brasil e Portugal.
Na visão da historiografia romântica do século XIX, o dia 07 de setembro foi escolhido para marcar o momento de nossa emancipação política, apesar de a Independência ter se concretizado, na realidade, em agosto, com os manifestos de Gonçalves Ledo e José Bonifácio e com o decreto de D. Pedro declarando inimigas as tropas portuguesas que aqui desembarcassem.
A concepção da historiografia romântico-oficial pode ser observada no quadro do pintor Pedro Américo, que retrata o Sete de Setembro sob uma visão heroica. Nele, D. Pedro, no alto da colina do Ipiranga, envergando uniforme de gala e montando um belo cavalo, acompanhado de seus dragões, erguia a espada e gritava solene: “independência ou morte”.
A cena, que passou para a História como a imagem oficial e marco simbólico da nossa Independência, não reflete o que ocorreu de fato.
No Rio de Janeiro e nas províncias próximas, a Independência foi saudada com entusiasmo. Absolutistas, aristocratas e democratas, que incentivaram o rompimento com as Cortes, acreditavam poder, a partir desse momento, realizar seus projetos políticos. Para os absolutistas, o Sete de Setembro significava a derrota das forças constitucionalistas em Portugal, que limitavam o absolutismo do rei. Para os democratas, o ato do Ipiranga representava o início de mudanças mais profundas, permitindo a possibilidade de implantação, no Brasil, de um governo constitucional, em que “a vontade do maior número deve ser a lei de todos”. Para os aristocratas, a Independência era a garantia das vantagens conquistadas desde a instalação da corte no Rio de Janeiro.
Apesar da intensa agitação que ocorria no Rio, as populações rurais mantinham-se indiferentes e mal informadas sobre os acontecimentos.
No dia 12 de outubro de 1822, aplaudido por uma multidão reunida no Campo de Santana, no Rio de Janeiro, D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, mas não fez o juramento da futura Constituição.