Sean Combs pede liberação imediata da prisão e nova sentença à Justiça dos EUA
Escrito por Redação Máxima FM 90,9 em 26/12/2025
O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs entrou com um recurso judicial solicitando sua liberação imediata da prisão federal, além da anulação da sentença ou a concessão de um novo julgamento. O pedido foi protocolado dois meses após o artista apresentar um aviso formal de apelação, indicando que contestaria tanto a condenação quanto a pena imposta.
De acordo com documentos judiciais analisados pela Rolling Stone, a defesa argumenta que a sentença de 50 meses de prisão foi determinada com forte dependência de condutas das quais Combs foi absolvido. A advogada de apelação Alexandra A.E. Shapiro sustenta que o tribunal levou em consideração acusações rejeitadas pelo júri ao definir a punição.
Em julho, Combs foi absolvido das acusações de tráfico sexual e conspiração para extorsão, mas considerado culpado de duas acusações menores de transporte para fins de prostituição. Na ocasião, o júri rejeitou a tese da promotoria de que o artista comandava uma organização criminosa e coagiu ex-namoradas a participar de atos sexuais sob efeito de drogas.
No novo recurso, a defesa acusa o juiz federal Arun Subramanian de ter atuado como um “décimo terceiro jurado”, ao impor uma sentença baseada em alegações que o júri teria descartado. Segundo Shapiro, o magistrado ignorou o veredicto ao afirmar que precisava aplicar uma “sentença séria”, considerando fatores agravantes como coerção, mesmo após a absolvição dessas acusações.
Em comunicado enviado à Rolling Stone, um representante de Combs afirmou que o recurso levanta questões que vão além do caso específico, alegando conflito com as Diretrizes de Sentença de 2024 e princípios constitucionais. A defesa pede que o tribunal de apelação anule a sentença e determine a liberação imediata, ou, alternativamente, reverta as condenações ou encaminhe o caso para nova sentença limitada apenas aos crimes pelos quais houve condenação.
Além disso, o documento apresenta um argumento independente para anular as condenações, alegando violação dos direitos da Primeira Emenda. Segundo os advogados, Combs teria atuado apenas como observador e produtor das performances sexuais registradas em vídeos, sem participação direta nos atos.
O juiz Subramanian já havia declarado anteriormente que atividades ilegais não podem ser transformadas em condutas protegidas constitucionalmente apenas pelo desejo de assisti-las. No recurso, a defesa cita essa afirmação e a questiona.
Sean Combs, de 56 anos, está sob custódia desde setembro de 2024 e foi transferido, em outubro de 2025, para a prisão federal FCI Fort Dix, em Nova Jersey. A data prevista de soltura é 8 de maio de 2028, segundo o Departamento Federal de Prisões. Inicialmente, a defesa havia solicitado uma pena de até 14 meses, bem abaixo da recomendação oficial, que variava entre 70 e 87 meses.
Fonte: Rolling Stone
