Modernização na produção reduz tempo de preparo da erva-mate

Escrito por em 23/04/2022

Guilherme Barbosa tem ervateira em Marmeleiro e detalha como é a produção de erva-mate na região, para comemorar o Dia do Chimarrão, celebrado amanhã. Foto: Leandro Czerniaski/ JdeB.

Nem de longe o modo de beneficiar a erva-mate, hoje, lembra as antigas ervateiras da região. O barbaquá foi susbtituido por um grande cilindro aquecido; das folhas à embalagem, o produto “passeia” por dutos de sucção; e o soque é elétrico, maior e mais eficiente que os rústicos monjolos tocados à água. Assim é o processo de produção na Ervateira Sudoeste, a única de Francisco Beltrão ainda em atividade.

A modernização da indústria garantiu mais produtividade com menos gente envolvida: três pessoas conseguem garantir a produção, que pode chegar a 220 toneladas por mês.

“As plantas são transferidas do caminhão para o alimentador com a máquina, onde uma pessoa coloca os ramos para dar início ao processo de queima e secagem. Depois disso, ninguém mais precisa pôr a mão na erva, vai tudo de forma automatizada até estar pronta para a trituração e embalagem”, comenta o proprietário, Idalino Balbinotti, há 35 anos no ramo.

Em outras fases da produção, a mão de obra continua essencial, como a colheita no mato, o transporte até a indústria e depois aos supermercados, o “foguista” – responsável por manter a chama do sapeco e do secador – e o controle de qualidade.

Idalino Balbinotti, da Ervateira Sudoeste: Processo automatizado e com menos pessoas tornou o beneficiamento mais eficiente e ágil. Foto: Leandro Czerniaski/JdeB.

Nas ervateiras, as plantas basicamente passam por um processo de queima, secagem e trituração em que perdem cerca de 60% do peso. O empresário Guilherme Barbosa, de Marmeleiro, lida a vida toda com erva – herdou o ofício do avô e do pai – e lembra que o beneficiamento era bem mais demorado nas ervateiras rudimentares. “No tempo do barbaquá, a secagem demorava de dois a três dias e era um serviço complicado. Precisava subir no carijo, afastar tudo e colocar mais galhos. Depois, canchava as folhas num facão de madeira pra moagem.” Hoje, em sua ervateira, com poucos funcionários, consegue beneficiar até três toneladas de erva em meio dia. Atualmente, de um dia para outro a erva esta pronta para o consumo.

A parte mais demorada é o tempo necessário para que o produto esfrie depois que sai do secador e fique pronto para venda.

Apesar de o beneficiamento ser semelhante em quase todas as ervateiras, cada empresa trabalha com características próprias de produto. Barbosa, por exemplo, atua com erva nativa (aquela colhida no mato) e a chamada erva plantada. Tudo é comprado de produtores da região, mas boa parte vem das proximidades de Guarapuava, onde a qualidade é melhor. Dependendo do tipo da planta e da moagem, saem diferentes padrões de produtos.

Fonte: Jornal de Beltrão

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