Pandemia tem menor número de casos de violência feminina, diz Creas
Escrito por Redação Máxima FM 90,9 em 07/03/2022
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Pato Branco (Creas) registrou a menor procura de atendimentos de mulheres em situação de violência doméstica desde o início da pandemia. No entanto, a coordenadora do local, a psicóloga Marina Particheli, afirma não acreditar que o município tenha realmente menos violência contra a população feminina.
Marina explica que, em diversas situações, a criança estava exposta a violência psicológica ao presenciar os pais se agredindo e, com denúncias da comunidade, os casos chegavam até o Conselho Tutelar. “A partir desse ponto, a equipe identificava que a mãe também estava em situação de violência, ou seja, a diminuição foi apenas na procura espontânea”.
Outro ponto observado pela coordenadora é que, até então, o fluxo de atendimento não chegava totalmente até o Creas, passando muitas vezes apenas pela Saúde ou pela delegacia. “Iniciamos essa organização no início de 2021 e acreditamos que agora essa demanda chegará para nós e conseguiremos ofertar os atendimentos que todas têm direito.”
O atendimento realizado pelo Creas para as mulheres vítimas de violência ocorre a partir de encaminhamentos de outras redes de serviço do município, como sistema de Saúde, Conselho Tutelar, delegacia e também com denúncias pelos telefones 181 e 100. A procura também pode ser espontânea por parte da vítima, podendo se dirigir até o Creas.
Atendimento individual
O atendimento para essas mulheres é realizado por uma equipe técnica, em que profissionais como assistentes sociais, psicólogos e advogados são acionados, com o objetivo de identificar as necessidades individuais do caso e realizar as orientações e encaminhamentos necessários.
Além de visitas domiciliares, contato por telefone e aplicativo de mensagens, cada mulher recebe um atendimento individualizado e informações cruciais para entender seus direitos ou possibilidades.
As mulheres que desejam sair de casa são encaminhadas para locais de proteção, como albergues e familiares no município ou fora, quando necessário. Para as vítimas que ainda desejam viver com o agressor, a equipe do Creas mantém o acompanhamento através de atendimento psicológico e social, com o objetivo de fortalecer a mulher e prepará-la para a superação da violência.
Em casos onde a mulher nega o atendimento, após tentativas, o Creas se mantém à disposição da vítima para caso precise de ajuda, “pois é um processo que precisa ser apoiado e fortalecido, para evitar que essa pessoa entre em outros relacionamentos abusivos no futuro”, finaliza Marina.
Com informações do Diário do Sudoeste