Fenômeno de audiência, série da Netflix faz escolas emitirem alerta

Escrito por em 11/10/2021

Você já assistiu à séria sul-coreana Round 6? Se ainda não, deve ter visto diversos memes que tomaram conta das redes sociais desde o lançamento, em setembro.

Round 6 é uma série curiosa e um tanto quanto peculiar. Ela mostra a história de pessoas endividadas que recebem um misterioso convite para participar de jogos e ao final o vencedor poderá levar para casa um prêmio bilionário, resolvendo todas as suas dívidas.

Para quem ainda não assistiu, a descrição do segundo parágrafo precisa de um complemento: os jogos para que o competidor ganhe o prêmio bilionário, baseados em brincadeiras infantis, são completamente sangrentos. Quem passar por todos os será o grande vencedor. Os demais participantes morrem.

Em menos de um mês, Round 6 se tornou um sucesso de audiência no mundo e está prestes a desbancar Bridgerton como a produção mais assistida da história da Netflix, alcançando a primeira posição em todos os 90 países que a exibem.

Segundo o autor, Hwang Dong-hyuk, a série explora o melhor e o pior do ser humano, além de discutir problemas sociais, como a desigualdade. Para Hwang, a narrativa do programa reflete a “sociedade competitiva” em que vivemos hoje e fala sobre aqueles que lutam contra os desafios da vida cotidiana e são deixados para trás, enquanto os vencedores sobem de nível”.

Apesar do sucesso que se tornou, muitas pessoas, incluindo pais e professores, têm questionado o fato de a narrativa trazer brincadeiras infantis como tema dos jogos mortais, com competidores assassinados, além de cenas de sexo, tráfico de órgãos e tortura psicológica constantes no decorrer da trama.

Uma escola de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, enviou uma carta aos pais de alunos do 1º ao 5º anos alertando sobre o conteúdo da série.

Apesar de ser indicada apenas para maiores de 16 anos, o diretor da escola notou que as brincadeiras contidas na série estavam sendo reproduzidas na hora do recreio, o que não ocorria antes do lançamento na Netflix. Jogos como cabo de guerra, batatinha frita 1, 2, 3 e bola de gude são algumas das brincadeiras infantis que aparecem na trama.

Uma escola no Rio de Janeiro também enviou um alerta aos pais.

O autor da série ressaltou em entrevista que a obra não é para crianças e se disse perplexo ao saber que esse público estaria assistindo ao conteúdo.

Aos pais, responsáveis e até mesmo à comunidade escolar, cabe o discernimento para entender de que forma o assunto pode ser abordado em conversas construtivas e orientativas.

Destaca-se também o fato de que o acesso facilitado às redes sociais, sites, plataformas de streaming entre outros conteúdos deve ser mediado por adultos. Porém, cientes de que tal acesso está cada dia mais amplo e muitas vezes descontrolado, as discussões sobre as consequências do que é visto na internet são imprescindíveis.


[There are no radio stations in the database]