Jumento é espécie ameaçada de extinção, dizem pesquisadores

Escrito por em 10/08/2021

O jumento é o maior símbolo animal do nordeste brasileiro. Seu couro é utilizado de forma branda no comércio nacional e para exportação

O alerta é dos pesquisadores Adroaldo Zanella e Mariana Gameira, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), e também do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia.

Entre 2010 e 2014, mais de mil animais foram abatidos no país. De 2015 até 2019, o número subiu para 92 mil, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A estimativa é que, atualmente, em todo território nacional, existam cerca de 400 mil animais da espécie, sem contabilizar os que estão abandonados.

O abate do animal para o mercado de cosméticos, couro e medicamentos para exportação (os principais destinos são Itália, Portugal, Hong Kong, Espanha e China) e o mercado ilegal ameaçam a existência do jumento no Brasil. As mortes têm aumentando muito mais que a taxa de reprodução, que está em déficit.

A China, por exemplo, tem interesse, principalmente, no couro do animal, que serve de matéria prima para a Ejiao, uma gelatina usada na medicina e em cosméticos, mercado que movimentou o equivalente a R$ 22 bilhões em 2018.

 “O que aconteceu foi uma ação predatória de captura de jumentos abandonados, roubos, compra de animais a preços irrisórios e transporte que atravessaram o Nordeste do Brasil sem as devidas comprovações de sanidade, colocando em risco a saúde animal e humana”, relatam os pesquisadores.

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