Entenda por que insetos comestíveis podem tomar o mercado brasileiro no futuro
Escrito por Redação Máxima FM 90,9 em 17/03/2021
O consumo de insetos no Oriente é algo completamente normal, mas nunca foi uma realidade comum para os brasileiros. Entretanto, essa fonte de proteína pode ser uma solução para a escassez alimentar mundial no futuro, devido à superpopulação.
Assim pensa a Hakkuna, uma empresa especializada em fabricar farinha de grilo, que está sendo financiada pela Fapesp e EsalqTec (USP) para que possa desenvolver novas tecnologias alimentares baseada em Gryllus assimilis. O principal ponto positivo para essa estratégia é a alta capacidade produtiva da espécie, bem como o gasto em criação.

Por exemplo: uma vaca precisa comer uns 10 quilos de grama para criar um quilo de massa. Uma criação de grilo precisa comer 1,7 a 2 quilos de alimento para conseguir chegar a um quilo de massa. A alta velocidade de reprodução dos insetose a menor necessidade de água e de terra também pesam a favor desse novo tipo de alimento. Além disso, eles têm praticamente zero impacto no efeito de estufa.
Após os benefícios do consumo de insetos e sua provável necessidade em escala global a partir de 2050 estar se aproximando, o mercado começou a olhar com mais carinho para esse tipo de comida.
O consumo já existe no Brasil.
Em nosso país ainda não é comum encontrarmos o consumo de insetos, mas ele acontece. No interior de São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, a farofa de içá, feita com formigas que lembram a saúva, é relativamente comum. Na Ilha de Marajó, o turu, uma larva que fica encrustada na madeira de árvores úmidas, é uma iguaria bastante comum.

Em 2018, a União Europeia aprovou a importação, exportação e consumo de insetos para fins alimentícios. Por lá, empresas como a Hakkuna já receberam aportes milionários e passam a produzir proteínas através de insetos. A francesa Jimini’s e a americana Chirps já vendem salgadinhos e petiscos com base em proteína de grilos.
Talvez, até 2050, já tenhamos conseguido redistribuir de maneira mais igual a terra e a renda, de forma que não seja necessário ter que comer farinhas hiperprocessadas de insetos. Segundo a própria FAO, um terço dos alimentos do mundo são jogados fora por concentração de renda, logística ineficiente e falta de planejamento. Se a gente conseguir arrumar isso, quem sabe, não precisemos ficar comendo farinha de grilo…
Fonte: Hypeness